Governo do Distrito Federal
21/02/18 às 20h07 - Atualizado em 30/10/18 às 11h04

Morte de Babu pode ter sido por intoxicação

Resultados de exames preliminares apontam indícios de metais pesados no material analisado do animal

 

A Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) divulgou, nesta terça-feira (20/02), resultados preliminares de exames da causa do óbito do elefante Babu, que faleceu em 7 de janeiro com 25 anos. Indícios de substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio, arsênio e cumarina (composto químico presente em raticida conhecida como chumbinho) foram encontradas nas amostras examinadas do animal. A instituição não descarta a possibilidade de um ato criminoso.

Os resultados são referentes a exames toxicológicos e histopatológicos realizados pelo laboratório Tecnologia em Sanidade Animal (Tecsa) e pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Os dados foram encaminhados à Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística da Polícia Civil (Dema) e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que conduzem a investigação.

O diretor-presidente do Zoológico, Gerson Norberto, disse que as substâncias não fazem parte da rotina da fundação e, portanto, devem ter entrado de forma não autorizada. “Aguardamos os outros laudos para contrapor ou corroborar o resultado e a investigação para o esclarecimento dos fatos, mas por enquanto nenhuma hipótese está descartada”, acrescentou.

O Zoológico continua investigando outros fatores que podem ter desenvolvido o quadro de pancreatite no animal. A instituição mantém contato com o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, de onde veio Babu, e com outros centros de conservação de elefantes nos Estados Unidos e na Europa. O objetivo é conseguir informações de parentesco nas manadas locais e outros registros clínicos similares pois uma das causas prováveis para esse tipo de patologia tem fatores congênitos (genético).

O secretário do Meio Ambiente, Igor Tokarski, ressaltou que todas as providências foram tomadas de forma integrada entre os órgãos ambientais para resolver o caso. “Hoje temos no DF um sistema de Meio Ambiente composto pela Secretaria de Meio Ambiente, FJZB, JBB e o IBRAM, que atua de forma colaborativa, por isso em um caso dessa natureza é possível uma sinergia que possibilita a adoção de medidas enérgicas que se fizerem necessárias”. Ainda segundo o secretário, o Governo de Brasília está provendo todo apoio necessário ao Zoológico de Brasília para o esclarecimento do caso.

Para manter a segurança e o bem-estar dos cerca de 900 animais que vivem no Zoo, inclusive de outros dois elefantes (Belinha, que chegou da África do Sul junto com Babu, e Chocolate, encaminhado ao Zoo pelo Ibama após apreensão em um circo), a Fundação tomou medidas como a reconfiguração dos postos de segurança da instituição e a mudança nos protocolos de rotina dos funcionários.

A amostra de pele de uma das orelhas do paquiderme está armazenada no Hospital Veterinário da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. O material integrará o banco de germoplasma do Zoo, mantido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Estas células se mantêm vivas e reproduzindo e ja compõem 15 palhetas de material genético, que, no futuro, poderão ser utilizadas em programas de reprodução para está espécie ameaçada de extinção.