A agrofloresta com mecanização é uma experiência-piloto do Projeto CITinova de planejamento integrado e tecnologias sustentáveis, executado pela Sema/DF, cujo objetivo é testar a eficiência do ponto de vista ambiental, social e econômico da inserção de maquinário na implantação desse modelo agrícola. Foram implantados 20 hectares de SAFs, em propriedades de 37 famílias de pequenos produtores rurais das bacias do Descoberto e do Paranoá.
O propósito é garantir que esses sistemas agrícolas favoráveis ao meio ambiente contribuam para a continuidade de produção de água em qualidade e quantidade nas duas bacias hidrográficas que abastecem a maior parte da população de Brasília.
Foram plantadas em média 400 mudas por propriedade, de diferentes espécies produtivas, e todas as áreas receberam um kit de sementes com espécies nativas que foram semeadas nos SAFs. Implementos agrícolas inéditos estão sendo testados para essa atividade.
A escolha das espécies foi feita a partir de um diagnóstico ambiental das propriedades, assim como a densidade de plantio, dos consórcios desejados pelas famílias e as estratégias logísticas e operacionais de implantação.
O diagnóstico foi realizado a partir de entrevistas com cada família beneficiária sobre os objetivos do SAF, os anseios dos agricultores, acesso a mercado de venda, melhor local de implantação, espécies de interesse e histórico da área.
Após os diagnósticos, foi iniciada a implementação dos SAFs. O Projeto CITinova adquiriu três implementos agrícolas para manejo de agroflorestas produtivas biodiversas: enxada rotativa-subsoladora, ceifadeira-enleradeira e podador de altura. A Secretaria de Agricultura do DF, parceira no projeto, disponibilizou equipamentos complementares, como trator e roçadeiras.
Os plantios tiveram por objetivo conciliar a restauração ambiental com a produção agrícola. Para tanto, foram consorciadas diversas espécies nativas com árvores frutíferas comerciais, intercalando canteiros de árvores (madeireiras/adubadeiras, bananas, árvores frutíferas e culturas anuais) com plantios diversos entre estas linhas de árvores, podendo ser de hortaliças (para auto-sustento e renda dos agricultores), de produção de adubação verde (capim braquiária ou mombaça) ou culturas anuais (“roça”: mandioca, feijão, milho).
O planejamento do plantio buscou equilibrar funções sociais e ambientais ao combinar espécies de interesse econômico e espécies-chave que contribuem para serviços ambientais como alimento e refúgio para fauna, produção de água, recuperação de solo e ciclagem de nutrientes.
No final de 2022, o Projeto CITinova retornou nas propriedades dos SAFs para realizar manutenção e replantio de acordo com diagnóstico realizado em cada área beneficiada.
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