Você deve saber
do Ibram
“O ano de 2015 tem tudo para ser um ano de recordes no tocante as altas temperaturas no Distrito federal”. A afirmação é do meteorologista Carlos Henrique Rocha, gerente de monitoramento do Instituto Brasília Ambiental (Ibram). As informações são baseadas nos dados da estação climatológica do Instituto nacional de Meteorologia (INMET), que tem medições desde 1962.
Carlos lembra que o ano iniciou com o janeiro mais quente já registrado, com uma média mensal de 23,3° C, contra 22,7° ocorrido no mesmo mês em 1973. Essa temperatura foi 2,1°C mais alta que a média histórica para o mês. Nos meses seguintes, com exceção de março, todos apresentaram temperaturas superiores à média histórica.
De acordo com o meteorologista, no período mais seco do ano, que corresponde aos meses de Junho, julho e agosto, obtivemos o 2° julho mais quente já registrado, com 20,4°C, 2,08°C superior à média, – o primeiro foi em 2009, com 20,5°C -, e o 6° mais agosto mais quente, com 21,6°C, 1,28°C superior à média. Com a chegada da primavera, mais um recorde, setembro foi o mais quente já registrado com 24,6°C, 2,86°C superior à média. O 2° setembro foi em 2014 com 23,8 °C. “Começou outubro e temos a 1ª quinzena mais quente da série com 26,2°C, 3,9°C superior as médias registradas para esta quinzena”, alerta.
Não só as temperaturas médias estão elevadas, mas as máximas também estão batendo recordes em 2015. “Janeiro, julho e setembro foram os meses com as maiores médias das temperaturas máximas da série histórica, com 29,2°C, 27,2°C e 32,1°C, respectivamente. “Para se ter uma ideia, estes valores são 2,27°C, 2,07°C e 3,75°C acima da média histórica, respectivamente”, explica Carlos, ressaltando que na primeira quinzena de outubro as médias das temperaturas máximas chegaram a 33,7°C, 5,39°C superior a média para a quinzena.
Segundo Carlos se as temperaturas ficarem dentro da média histórica na segunda quinzena de outubro e nos dois meses que faltam para o término de 2015, o ano irá igualar ao mais quente já registrado no Distrito Federal, que ocorreu em 1998, com 21,9°C. “Coincidência ou não, 1997/1998 foi o período do mais forte El Niño já registrado, fenômeno oceanográfico que ocorre nas águas do Oceano Pacífico que interfere no clima global. O ano de 2015 também está sobre influência de um forte evento de El Niño e alguns prognósticos indicam que este pode ser o início do mais forte El Niño já registrado, superando os dois maiores anteriores, que são 1983/1984 e o de 1997/1998”, lembra o meteorologista.