O Conselho do Meio Ambiente do Distrito Federal (Conam/DF) aprovou a criação da Câmara Técnica de Mudanças do Clima durante a 151ª Reunião Ordinária ocorrida na manhã desta terça-feira (17/12), em Brasília-DF.
Para secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, que preside a instância, ao longo do ano, o Conam-DF desempenhou suas atribuições legais e regimentais, cumprindo relevante papel no âmbito da política ambiental do DF. “Foram aprovadas e encaminhadas decisões e resoluções que aprimoram nossa política, como as instâncias para tratamento dos temas resíduos, florestas e licenciamento ambiental”.
Ele acredita que a criação da Câmara Técnica, na última reunião do ano, reforça a certeza de que o clima é a maior preocupação global da atualidade. “O Brasil ganhou grande respeito internacional pelas políticas que propôs para enfrentar as mudanças do clima, com iniciativas de mitigação e de adaptação e o DF tem potencial para se tornar uma vitrine de soluções inovadoras na área”, afirmou.
A Câmara Técnica será composta por dez membros, entre representantes da Sema e das Secretarias de Mobilidade Urbana, de Economia e de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Além da Agência de Água, Energias e Saneamento Urbano (Adasa) e da sociedade civil (Federação das Indústrias do Distrito Federal, Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, Fórum das ONGs do DF) e representante da Academia (Universidade de Brasília).
A secretária executiva da Sema, Marília Marreco, destacou que a criação da Câmara Técnica vai ao encontro de necessidade apontadas no Estudo Técnico de Projeções Climáticas para o Distrito Federal e 29 municípios goianos e quatro de Minas Gerais que integram a RIDE, apresentado no início do mês pela Sema.
Coordenado pela Sema no DF e realizado pelo Centro de Gestão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (CGPDI), o trabalho integra o projeto CITinova, coordenado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Comunicação e Inovação (MCTIC) e financiado pelo Global Environment Facility (GEF, sigla em inglês), em parceria com a ONU Meio Ambiente e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
MODELAGENS
A partir de modelagens brasileiras e internacionais, o estudo aponta diferentes cenários impostos pelas mudanças climáticas até 2100, considerando também considerou nove bacias hidrográficas inseridas na região.
As projeções indicam aumento da temperatura de forma generalizada, que se estende aos índices de extremos, como noites quentes, dias quentes, ondas de calor. Com redução de precipitação nos períodos chuvosos, entretanto, chuvas, de intensas a muito intensas, apresentam aumento em áreas isoladas. Há também indicação de redução de umidade relativa, aumento de radiação solar que chega na superfície e pequeno aumento da velocidade do vento em todas as áreas da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE).
Acompanhado da atualização do inventário de emissões de gases de efeito estufa no DF, o trabalho irá subsidiar a elaboração da estratégia de Enfrentamento às Mudanças do Clima do Distrito Federal, inserida nos Planos de Adaptação e de Mitigação, em desenvolvimento pela SEMA.
Entre as iniciativas já em desenvolvimento pela Sema, estão os Sistemas Agroflorestais (SAF) mecanizados nas Bacias do Paranoá e do Descoberto e o Programa Produtor de Água, criado pela Agência Nacional de Águas (ANA) para incentivar o produtor rural a investir em ações que ajudem a preservar a água por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
Secretaria de Meio Ambiente
Assessoria de Comunicação Social