A Zona Ecológico-Econômica de Dinamização Produtiva com Equidade (ZEEDPE) abriga 90% do contingente populacional do DF e é caracterizada pela abrangência de todos os principais núcleos urbanos do território. O foco para a sua definição é a inclusão social pela diversificação da economia, com geração de emprego e renda, porém assegurando os níveis de permeabilidade do solo compatíveis com os riscos ecológico.
A proposta do zoneamento procura fortalecer e aproveita a tendência da produção e do fluxo da riqueza em direção ao sudoeste do território para os outros estados. A ZEEDPE está dividida em oito subzonas: começa no extremo sudoeste (SZDPE1) passando pelo Gama (SZDPE2) desde Vicente Pires (SZDPE3) até Santa Maria, incluindo o complexo urbano do Plano Piloto (SZDPE4). Na região nordeste, inclui Sobradinho e Planaltina (SZDPE6), nos limites da bacia do São Bartolomeu, incluindo a área do Taquari e Serrinha (SZDPE5). Abrange ainda a região do Jardim Botânico e de São Sebastião (SZDPE7) e a região que liga à Cidade Ocidental (SZDPE8).
A ZEEDPE, de intensa urbanização, tem vocação para a estruturação de um programa de desenvolvimento econômico, habitacional e empresarial. Poderá ser modulado pelos gestores, de forma a minimizar os riscos ambientais, conforme são apresentados pelo zoneamento. Contudo, sua tônica de ocupação, além de ser irreversível, pode ser aproveitada de modo que a infraestrutura a ser desenvolvida aproveite a tendência histórica de ocupação do território.
A SZDPE1 está localizada no eixo que liga Brasília-Anápolis-Goiânia. Em 2030, estima-se que seja a segunda rota mais importante do país, atrás somente da rota Rio de Janeiro – São Paulo. Tem vocação para abrigar estruturas industriais que ofereçam empregos aos moradores das cidades do Gama, Samambaia, Riacho Fundo, Santa Maria e cidades vizinhas de Goiás (na vizinha SZDPE2).
Além disso é a subzona que admite receber, a longo prazo, um sistema integrado de modais (Plataforma Sudoeste de Integração de Modais de Transportes), com a implantação de um complexo ferroviário, integrado ao Anel Viário do DF e aos demais modais de transporte.
A SZDPE2 é intensamente urbanizada e abriga 36% da população de todo o DF, ou aproximadamente 1 milhão de habitantes. Esse grande contingente populacional tem baixa escolaridade e renda e apresenta grande potencial para qualificação e oferta de emprego.
Segundo as diretrizes do ZEE, a estruturação produtiva das indústrias e serviços da SZDPE poderá atender a essa demanda socioeconômica, com vista à criação de um centro metropolitano (Eixo Sudoeste de Desenvolvimento). Para isso também é indicada a estruturação de transporte público coletivo de alta capacidade.
A SZDPE3 abriga a bacia do Paranoá. A região é a segunda maior em termos populacionais – fica atrás apenas da SZDPE2. Aqui as diretrizes principais se relacionam com a qualificação da infraestrutura para a proteção do lago e em assegurar o saneamento ambiental compatível com os riscos ecológicos. Nesse sentido, a preservação ou a recuperação dos seus afluentes é fundamental para garantir quantidade e qualidade da água, caso do córrego Riacho Fundo, que recebe esgoto sem tratamento adequado oriundos de adensamentos urbanos irregulares, a exemplo do Vicente Pires e Arniqueiras.
O Lago Paranoá e o Plano Piloto estão na SZDPE4. Área tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, tem como grande vocação o turismo (circuitos gastronômicos, esportivos, cívico e arquitetônico), que deve ser desenvolvido dentro do contexto de proteção contra os riscos ambientais. Outras diretrizes importantes para essa subzona são a implantação de áreas verdes e a limpeza regular dos córregos e afluentes do lago Paranoá, de modo a garantir seus múltiplos usos – esporte e lazer, beleza cênica e paisagem, geração de energia elétrica e diluição de esgoto tratado, por exemplo.
A SZDPE5 abrange as regiões do Lago Norte, Itapoã e Varjão e visa a garantir a quantidade e a qualidade das águas do lago Paranoá com permeabilidade do solo, proteção das nascentes e estrutura para o saneamento ambiental. A redução dos processos erosivos nas áreas de grande declive nessas regiões também auxiliam na proteção do lago, seus afluentes e córregos.
A implantação de áreas verdes aumentarão a infiltração das águas pluviais e promoverão o controle do uso do solo para proteção do lago Paranoá, Sobradinho e Planaltina na SZDPE6, que inclui a área da Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE), limítrofe a Planaltina. Embora as duas cidades estejam na mesma subzona, elas estão em áreas descontínuas, separadas pela zona de amortecimento da ESECAE – pertencente à Subzona de Serviços Ecossistêmicos 2. Essa zona de amortecimento garante a proteção necessária à recarga do aquífero e ao Vale do São Bartolomeu.
A região tem vocação para se tornar o segundo maior polo empregador do DF, com potencial para o desenvolvimento produtivo ligado às atividades industriais e ao beneficiamento agrícola. Outra vocação passa pela requalificação de Planaltina como portal de entrada para o turismo ecológico do DF. Contudo, o adensamento populacional nessa região fica condicionado à capacidade de suporte do território, pois deve-se evitar a conurbação das duas cidades de modo a garantir a continuidade serviços ecossistêmicos da zona de amortecimento.
A SZDPE7 abrange as regiões do Jardim Botânico e São Sebastião, e abriga diversas nascentes do rio São Bartolomeu. É uma área de eminente risco ecológico de erosão e assoreamento do rio, devido à ocupação desordenada e grilagem de terras. Aqui, o foco deve ser a oferta de saneamento ambiental, incluindo o tratamento de esgoto, correta drenagem e destinação de resíduos sólidos e o uso consciente da água, bem como a inserção de sistema de áreas verdes. O desenvolvimento econômico da região deve-se voltar para pequenos comércios e serviços, bem como atividades que promovam a economia da conservação.
E finalmente, no extremo sul está a SZDPE8, caracterizada pela presença relevante de áreas particulares ao longo da rodovia DF-140 (região do Tororó) e, portanto, com potencial para ser um novo eixo de ocupação populacional. Essa subzona deverá cumprir um papel de desenvolvimento socioeconômico.
Contudo, é possível vocacionar a área para a diversificação da produção em modelo compatível com a preservação do Cerrado nativo e corredores ecológicos, mesmo no espaço urbano dentro de um conceito de ocupação sustentável. As principais diretrizes para esta subzona englobam atividades produtivas de serviços e indústria de alto valor agregado, bem como uma infraestrutura viária com vistas à mobilidade populacional e de mercadorias, antes mesmo da urbanização na região.