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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
2/03/23 às 12h41 - Atualizado em 2/03/23 às 14h02

Oficina apresenta ações de sustentabilidade na Bacia do Paranoá

Em encontro na Biblioteca Nacional, a Sema/DF reúne instituições atuantes em uma das principais bacias de água do DF para compartilhamento de boas práticas

Secretário Gutemberg Gomes: ¨Tenho certeza de que o governo vai encarar com muita seriedade o tema ambiental¨.


 

A Secretaria do Meio Ambiente e de Proteção Animal do Distrito Federal (Sema/DF), com o apoio do Projeto CITinova de planejamento integrado e tecnologias para cidades sustentáveis, promoveu, nesta quarta-feira (01/03), oficina sobre as Ações de Sustentabilidade da Bacia do Paranoá, uma das principais fontes de abastecimento hídrico do DF.

 

O encontro foi no auditório da Biblioteca Nacional, no centro de Brasília (DF), e teve como objetivo fazer um balanço das ações de sustentabilidade na bacia, convidando os 45 participantes, seja de instituições governamentais como da sociedade civil, a partilharem as suas experiências e os resultados das ações ambientais.

 

O novo secretário do Meio Ambiente e Proteção Animal do DF, Gutemberg Gomes, esteve presente no evento e destacou o desafio da pasta para o DF. ¨Espero que, juntos, possamos elaborar ações e tomarmos decisões políticas importantes. Tenho certeza de que o governo vai encarar com muita seriedade o tema ambiental¨, ressaltou.

 

As boas práticas em segurança hídrica desenvolvidas nos últimos anos no DF foram apresentadas pelos representantes da Sema e do Projeto CITinova e, em seguida, o público foi convidado a partilhar os resultados de suas ações, momento que contou com alta adesão dos presentes.

 

AÇÕES

 

A subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema, Márcia Coura, abriu os trabalhos com a apresentação dos projetos de recuperação de áreas degradadas na Bacia do Paranoá.

 

São eles: as parcerias com o Instituto Rede Terra, que contou com o recurso oriundo de ações de reintegração da orla do Lago Paranoá e plantou 43 mil mudas, além de sementes; com o Instituto Espinhaço, o projeto Recupera Cerrado, financiado por recursos de compensação florestal, plantou 14 mil mudas em 40 hectares na orla norte do lago; com o Instituto Perene, o projeto reNascer Cerrado, recupera 75 hectares na orla com financiamento da Cargil; e o projeto de identificação e monitoramento da população de capivaras.

 

Já o subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Glauco Cruz, falou sobre as ações realizadas pela Sema/CITinova no Lixão da Estrutural, como o diagnóstico ambiental da área, acessível aqui. O diagnóstico estudou o nível de contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume do lixo. Já o projeto de remediação, disponível aqui, propõe ações para amenizar e corrigir os danos causados.

 

Glauco Cruz também apresentou um vídeo produzido pela Central de Cooperativas (SindCoop), responsável pela gestão do Complexo Integrado de Reciclagem da Estrutural. Este projeto é fruto de investimento do BNDES no GDF para a construção do prédio, compra de maquinários, assessoria técnica e capacitação de catadores. ¨Já estamos com dois anos de operação e o complexo é responsável por promover a inclusão social e produtiva de 480 catadores de recicláveis, oriundos do antigo Lixão da Estrutural¨, disse. Segundo ele, essa iniciativa foi essencial para o fechamento do Lixão, considerado por 40 anos o maior depósito de lixo a céu aberto da América Latina.

 

Nazaré Soares apresenta as ações do Projeto CITInova: inovações e tecnologias sustentáveis

 

A coordenadora executiva do CITinova, Nazaré Soares, passou por um histórico do projeto, elaborado em 2016 e iniciado em 2018, e lembrou das dificuldades enfrentadas durante a pandemia de Covid-19 para mobilizar os agricultores familiares. Em seguida, mostrou um mapa do DF com a localização das ações de pesquisa e inovação.

 

¨Uma propriedade que está em área das bacias que abastecem o DF não pode realizar atividades produtivas predatórias que comprometam a qualidade da água que abastece a todos nós¨, destacou Nazaré Soares. O projeto realizou o Diagnóstico de Nascentes (2021), disponível aqui, estudo útil para subsidiar a realização de novos plantios. Com a finalidade de buscar maior quantidade e melhor qualidade de água no DF, o projeto beneficiou 28 propriedades rurais e 23 hectares só na Bacia do Paranoá.

 

A OFICINA

 

Na primeira parte da dinâmica, os participantes preencheram um questionário sobre a atuação da própria instituição durante a crise hídrica de 2016/2017 e pós – Qual foi a experiência realizada? Quais os parceiros envolvidos? Qual a contribuição para a proteção da Bacia do Paranoá?. Na segunda parte, foram debatidas as sugestões de próximos passos para a agenda ambiental no DF.

 

Representantes da sociedade civil organizada inscreveram-se para relatar as ações empreendidas. O engenheiro florestal Fernando Lima, da Fundação Pró-Natureza (Funatura), citou o Diagnóstico Socioambiental da Bacia do São Bartolomeu e o plantio nas margens do rio. O diretor do Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade (Cirat), Sérgio Ribeiro, falou sobre o projeto Arco das Nascentes no Paranoá.

 

¨O arco é a forma do grande corredor entre o Parque Nacional de Brasília (Água Mineral) até a Estação Ecológica do Jardim Botânico, passando pela Serrinha do Paranoá e Lago Sul¨, explicou. Nessa área, o projeto descobriu 52 nascentes que não estavam catalogadas nos órgãos do GDF. Elas foram incluídas no cadastro do programa Adote uma Nascente, do Instituto Brasília Ambiental.

 

O Instituto Oca do Sol, localizado na Serrinha do Paranoá e parceiro do Cirat no projeto Arco das Nascentes, compartilhou a experiência do projeto Eco Trilhas, que promoveu oficinas de identificação botânica, combate a incêndios florestais com abafadores, arte educação com professores das escolas locais, bioconstrução e sinalização de trilhas, sendo uma delas adaptada a pessoas portadoras de deficiência.

 

O promotor Dr. Roberto Carlos Batista do Ministério Público do DF e Territórios, falou sobre as ações ambientais em curso e os recursos obtidos pelo MPDFT em ações judiciais. ¨A orla não pertence a meia dúzia de proprietários que ficam à beira do lago. A orla é pública¨, afirmou o promotor.

 

Também apresentaram suas ações a Secretaria da Agricultura (Seagri/DF) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram). A oficina contou com o órgão da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) – implementador do Projeto CITinova; a Aliança Tropical de Pesquisa da Água (sigla TWRA, em inglês); a Fundação Mais Cerrado; Universidade da Paz (Unipaz); Emater/DF; Secretaria de Mobilidade do DF; Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF; Companhia de Abastecimento do DF (Caesb); Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan; Regiões Administrativas do Guará, Varjão, Itapoã e Vicente Pires; Administração do Lago Norte e Corpo de Bombeiros.

 

Os participantes da oficina assinaram o Pacto pela Sustentabilidade do DF, proposto pela Sema/CITinova. ¨Declaro que quero contribuir para a sustentabilidade ao proteger e restaurar o bioma Cerrado – o berço das águas do Brasil, com as ações voltadas para transformar os ambientes urbanos em espaços mais sustentáveis para se viver¨, diz um trecho do Pacto.

 

Público com o chapéu do Projeto CITinova

 

PRÓXIMOS PASSOS

 

Tanto a sociedade civil como os órgãos governamentais expressaram interesse em dar continuidade às ações que já estão em andamento e destacaram que o DF já possui uma plataforma de informações ambientais importante para o direcionamento das políticas públicas e das iniciativas civis na área: o Sistema Distrital de Informações Ambientais, acessível aqui.

 

As pesquisas de mestrado e doutorado na Universidade de Brasília também foram citadas como importantes referências para os projetos e fortalecimento do território. A importância da participação das organizações comunitárias no planejamento e execução das políticas públicas e projetos com verba internacional também foi destaque. O legado do Projeto CITinova, que implantou projetos-piloto de recuperação de áreas degradadas, diagnósticos de nascentes, sistemas agroflorestais mecanizados e estudo sobre clima no DF, servirá de referência para próximos projetos, a fim de se dar continuidade às ações em busca da sustentabilidade no DF.

 

CITinova

 

O CITinova é um projeto multilateral que oferece soluções tecnológicas, metodologias e ferramentas de planejamento urbano. Ele é realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), implementação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e execução da Secretaria do Meio Ambiente do DF, em parceria como Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

 

Assessoria de Comunicação

Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal