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19/07/17 às 12h25 - Atualizado em 30/10/18 às 11h15

Correio: O risco do óleo à natureza

Sema na Imprensa

Do Correio Braziliense

Os produtos de origem mineral e vegetal oferecem perigo ao meio ambiente com o descarte incorreto. Reciclagem ajuda a reduzir danos

Um litro para um milhão é a proporção para que o óleo mineral lubrificante polua a água. O produto também pode prejudicar o solo e os lençóis freáticos, dependendo do tamanho do vazamento. Se queimado, metais pesados e outros produtos do composto químico têm capacidade para poluir o ar. Provocam chuvas ácidas e comprometem a saúde de quem trabalha diretamente com ele, podendo causar câncer e outras doenças. Ainda assim, o problema faz parte da rotina dos brasilienses. Está nos postos de combustível, nas oficinas, nas concessionárias e no porta-malas dos veículos; por isso, precisa de uma destinação correta após o uso. Nem mesmo as embalagens ou os panos usados para a limpeza de superfícies contaminadas devem ser lavados ou descartados no lixo comum. 

De natureza diferente, o óleo vegetal, gordura extraída de sementes, também pode provocar danos ao meio ambiente se jogado fora incorretamente. No sistema de esgoto, solidifica-se em uma massa esbranquiçada e grudenta. Também ajuda a acumular detritos nas redes e a poluir mananciais. Na estação de tratamento, vira uma nata, matando bactérias que purificam a água. Para fugir da complicação, muitos ensacam o produto e o dispensam com o lixo comum, outra forma errada de descarte.

A destinação para os dois tipos de óleo não depende apenas da consciência do cidadão, mas de uma cadeia conhecida como logística reversa. Empresas credenciadas e capacitadas devem fazer o recolhimento e garantir que as substâncias recebam o tratamento adequado. Embora o índice de coleta de lubrificantes na região seja alto — 80%, segundo a coordenadora de Saneamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Mirtes Boralli —, cerca de 20% se perde no processo, desviado, principalmente para servir como combustível ilegal.

Toda a coleta de lubrificantes é feita por empresas particulares cadastradas no Ministério do Meio Ambiente. Sobre o óleo de cozinha, porém, não há legislação vigente. A coleta fica a cargo, principalmente, do Projeto Biguá, da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb). Também há empresas que recolhem o produto de bares e restaurantes para a fabricação de detergentes.

Educação

Mirtes explica que fabricantes e importadores são os principais responsáveis pela coleta e pelo rerrefino do óleo mineral, processo de refino do produto usado que garante a volta dos compostos para o comércio e para os veículos. “Em 2015, do volume comercializado no DF, 80% foi coletado para rerrefino. Os ministérios do Meio Ambiente e o de Minas e Energia são responsáveis pela regulação. Estamos falando de um resíduo perigoso, contaminante. É preciso todo um cuidado, mas também é um produto rentável, que pode ser 100% reaproveitado. Há um interesse econômico que torna a coleta vantajosa”, pondera a coordenadora.

Segundo ela, apesar de a logística reversa estar bem implantada na região, o DF cria uma comissão de resposta rápida para minimizar os danos ambientais. A minuta do decreto está pronta. Apesar de não contar com uma legislação, a coordenadora destaca que a destinação do óleo vegetal aparece na Lei nº 12.305, de 2010, que institui a política nacional de resíduos sólidos. A Caesb atua em conjunto com o SLU para evitar a contaminação.

Em relação à população, o gerente de Gestão Ambiental da Caesb, Vladimir Puntel, explica que o melhor é educar. “Com o Biguá, mostramos para a população que o óleo tem de ter uma destinação adequada”, detalha.

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Foto: Mundo Boa Forma.