A minuta da carta “Águas pela Paz”, documento-síntese do 2º Seminário Internacional Água e Transdisciplinaridade “Águas pela Paz”, está disponível para conhecimento após contribuições dos participantes do seminário e consulta pública, encerrada no último domingo (14).
A carta será agora encaminhada oficialmente ao 8º Fórum Mundial da Água e ao Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA 2018), que acontecerão paralelamente de 18 a 23 de março, em Brasília. O objetivo é promover reflexões sobre o tema, considerando a urgência de atenção especial à relação humana com a água, o contexto das mudanças climáticas e as questões sociais que envolvem a água.
Os participantes também documentaram a necessidade de um olhar transdisciplinar sobre a água, aberto e inclusivo, capaz de reconhecer os múltiplos saberes originários das comunidades, tradições, artes e religiões, conferindo a estes a mesma legitimidade dos saberes acadêmicos e, desse modo, favorecer a gestão participativa, solidária e sustentável da água, entre outras questões. A elaboração de uma uma Carta Mundial de Cidadania pelas Águas, integrando vozes sobre as diferentes realidades e desafios vivenciados por todos os povos foi reivindicada na carta.
Um oficina moderada pelo chefe da Unidade Estratégica de Água da Sema, Sérgio Ribeiro, foi realizada durante o seminário para elaboração do documento.
Confira o documento.
Painel “Água, Gestão de Territórios e Mediação de Conflitos”
Entre as medidas em prol da água descritas na carta, foram incluídas a necessidade de integração das políticas ambientais, de gestão territorial e de água, tendo a bacia
hidrográfica como unidade de gestão e o fortalecimento das políticas de preservação e conservação das nascentes, das áreas de recargas de aquíferos, das áreas de preservação permanentes e dos ecossistemas aquáticos. O projeto do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) DF prevê estas e outras alternativas em prol da água.
O projeto foi apresentado pela subsecretária de Planejamento Ambiental e Monitoramento da Sema, Maria Sílvia Rossi, durante o painel “Água, Gestão de Territórios e Mediação de Conflitos”.
“Para esse zoneamento, a água é o elemento fundamental para construir os pactos no território”, salientou. A negociação não tem sido fácil e exige enorme dedicação que, por parte deste governo tem sido realizado de forma inédita. Maria Silvia destacou que – em síntese – para mediar conflitos relacionados com a ocupação e com o uso e a preservação da água é preciso conhecer sua gente, a infraestrutura ecológica e a dinâmica de apropriação do território, concluiu.
Maria Sílvia Rossi apresentou o projeto do ZEE/DF.
Foto: Priscilla Atalla
Encerramento
O secretário do Meio Ambiente, Igor Tokasrski, participou da celebração final do seminário, na noite de sexta-feira (12). A solenidade em volta ao lago do Museu Nacional de Brasília, reuniu líderes religiosos de diversas tradições para fechamento ecumênico.
Igor Tokarski ao lado do líder humanitário, Sri Prem Baba
Foto: Priscilla Atalla
Mais cedo, o secretário reuniu-se com o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, o líder espiritual Sri Prem baba e o secretário-geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner. O objetivo do encontro foi debater uma união inter-religiosa para fortalecer o tema. Sri Prem Baba estendeu o pedido ao Vaticano, com a proposta de enviar uma carta ao papa Francisco sobre a importância do tema, além de uma cópia da Carta Águas pela Paz. Para Igor, a realização do seminário foi importante para aprofundar o debate e promover a reflexão sobre a necessidade do diálogo, da cooperação e da paz entre os diversos interesses e usuários de água.