Ação faz parte da meta do governo de neutralizar emissões de Gases de Efeito Estufa no DF até o fim de 2022
O enfrentamento às mudanças do clima do Distrito Federal é uma das principais estratégias da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e, com esse objetivo, a secretaria iniciou um levantamento de espaços com potencial para serem utilizados como sumidouros de carbono, que podem ser definidos como um processo ou área que retira os gases de efeito estufa da atmosfera e os armazena por um período, lançando oxigênio na atmosfera. Esse armazenamento acontece principalmente em oceanos, solos, florestas e em outros locais.
A ação faz parte da meta do governo de neutralizar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Distrito Federal até o final de 2022. A expectativa é que a iniciativa aumente o aproveitamento do potencial que a natureza tem de fixar o carbono que circula livre na atmosfera, aumentando assim, a presença de áreas de vegetação.
No DF, as emissões de carbono são geradas principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos transportes terrestre e aéreo; pelos resíduos sólidos ainda não devidamente gerenciados; pelas emissões industriais, com destaque para as geradas pelas grandes empresas cimenteiras e; pelas emissões causadas pela retirada da vegetação. Os dados constam no “Inventário de Gases que Provocam o Efeito Estufa no Distrito Federal”, recém-atualizado pela Sema.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, os sumidouros podem ser incrementados pelo aumento das áreas verdes das cidades, pela recuperação das áreas de reserva que foram desmatadas nos espaços urbanos, periurbanos e rurais e, na recuperação e manutenção da vegetação nas unidades de conservação.
“A recuperação e o enriquecimento da vegetação permitirão que o Distrito Federal possa aproveitar ao máximo o potencial da cobertura vegetal para absorver e fixar o carbono atmosférico, além de recuperar a capacidade de produzir água”, explicou ele.
De acordo com Sarney Filho, a ação vai representar uma efetiva redução das emissões desses gases no DF e seus resultados alcançados poderão servir como modelo e inspiração para a reprodução da estratégia em outras partes do Brasil.
A iniciativa integra o CITinova – Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis, um projeto multilateral realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). No Distrito Federal, é executado pela Sema, no âmbito do GDF, e gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
Identificar as áreas verdes existentes e, além de propor seu incremento, interligá-las por meio de corredores urbanos de vegetação, que permitam a proximidade da natureza e seus benefícios às pessoas, além de proporcionar abrigo de fauna e aumento do conforto térmico a partir do equilíbrio da temperatura, são algumas das ações propostas na implantação de sumidouros de carbono no DF.
Outras ações previstas são trabalhar a construção de corredores ecológicos entre as áreas protegidas que valorizem e protejam os remanescentes de vegetação existentes, e implementar o Programa de Regularização Ambiental (PRA) das propriedades, a partir da homologação das informações do Cadastro Ambiental Rural, com foco na manutenção e recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APP) e reservas legais dessas propriedades.
A secretária executiva da Sema, Marília Marreco, enfatizou que as estratégias de mitigação e adaptação propostas, além de estarem voltadas às principais fontes geradoras de emissões, “deverão estar contidas em todas as políticas públicas e nas diversas ações da sociedade”.
Para o deputado distrital Leandro Grass (Rede), autor da Lei 6.520, conhecida como Lei do Cerrado, que estabelece as regras para promover o desenvolvimento sustentável do bioma, é mais que urgente a necessidade do aumento da vegetação nativa do cerrado em toda a área do DF.
Também presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, Grass considera que a iniciativa da Sema permitirá “que fiquemos mais próximos das metas do Enfrentamento às Mudanças Climáticas do Distrito Federal e vai colocar o DF nos trilhos para o desenvolvimento de ações ligadas à agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial ao ODS 11, que trata sobre tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.
Para o permacultor e bioarquiteto, Sérgio Pamplona, o homem deveria considerar mais os serviços prestados pela natureza. “O papel da Sema de garantir a sustentabilidade do DF deveria ser acompanhado por toda a sociedade, em todos os níveis governamentais e pela iniciativa privada. Seria legal que todo mundo escutasse o que a Sema tem a dizer. O cerrado foi ocupado por meio da destruição da vegetação para o pasto e, mais recentemente para o agronegócio”, afirmou.
Assessoria de Comunicação
Secretaria do Meio Ambiente