A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) foi representada no 4° Seminário Anual do MapBiomas ‘Perdas e ganhos das mudanças de cobertura e uso do solo no Brasil’ e do Lançamento da Coleção 4.0 (1985-2018) do Mapeamento da Cobertura e Uso do Solo no Brasil, pelos gerentes de Informação Ambiental, Mariana Santos e de Geotecnologia, Lucas Alves, ambos da Subsecretaria de Gestão Ambiental e Territorial (Sugat).
O evento ocorreu na sexta-feira,(29/08), em Brasília/DF e apontou novidades no âmbito do aprimoramento técnico pela utilização de algoritmos de aprendizagem de máquinas (machine learning) por meio da plataforma Google Engine.
As principais características do MapBiomas são a análise da série histórica de imagens do satélite Landsat, processamento de cerca de 9,5 bilhões de pixels com resolução espacial de 30×30 metros, trabalho colaborativo e distribuído entre parceiros organizados por bioma e temas transversais e, processamento com machine learning.
No evento, também foram apresentados projetos novos para compor o MapBiomas, entre os quais o MapBiomas Alerta, proposto para a validação e refinamento de alertas de desmatamento, degradação e regeneração de vegetação nativa com imagens de alta resolução (satélites Planet); MapBiomas Árida, que apresenta o monitoramento de processos de desertificação e recuperação no semiárido e; NexgenMap, com o desenvolvimento de técnicas de uso do Deep Learning no mapeamento de cobertura e uso do solo.
Também foram incorporados na coleção, os dados históricos de Infraestrutura, possibilitando o cálculo e mitigação de impacto ambiental de obras como vias, aeroportos, termoelétricas, hidroelétricas, linhas de transmissão, no meio ambiente e, de estudos que se propõem a identificar os tipos de incêndios e suas dinâmicas no Cerrado, desenvolvidos por meio do treinamento de algoritmos de redes neurais.
Para Mariana, a Sugat entende a importância do projeto no sentido de possibilitar uma visão consistente das transformações que ocorrem no território. “O que nos dá uma segurança maior para avaliar as medidas propostas na gestão pública territorial”, afirma Mariana.
De acordo com Lucas, as soluções em conjunto com os produtos lançados possibilitam o conhecimento do comportamento territorial ao longo do tempo, tarefa essencial para os gestores. “A partir dos dados, podemos realizar outros estudos gerando uma informação específica de uma área, e através disso, saber relacioná-la com as políticas públicas de cada contexto avaliando se deram certo ou precisam ser melhoradas”, completa.
MAPEAMENTO
O Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas) envolve uma rede colaborativa com especialistas nos biomas, usos da terra, sensoriamento remoto, SIG e ciência da computação que utiliza processamento em nuvem e classificadores automatizados desenvolvidos e operados a partir da plataforma Google Earth Engine para gerar uma série histórica de mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil.
Segundo Mariana Santos, a metodologia adotada pelo MapBiomas se tornou referência internacional, “visto que houve uma evolução nítida na acurácia e refinamento dos produtos obtidos, aumento da capacidade de processamento computacional em nuvem, novas tecnologias adotadas e na maturação com o uso de Deep Learning com foco em imageamento”.